6 de fev. de 2011

Cruzeiro-DF


Já faz um ano que juntei minhas bagagens e vim morar no Cruzeiro. E posso dizer que este pedaço de DF me faz bem. A impressão que tenho é a de estar numa cidadezinha do interior, em blocos.


Para saber onde piso... Eis.

A história da região em que está localizado o Cruzeiro é quase tão antiga quanto as primeiras iniciativas para a mudança da Capital Federal para o interior do país . Cumprindo a Primeira Constituição Republicana, em 1892, foi criada a Comissão Exploradora do Planalto Central com a finalidade de demarcar a área do futuro DF. A “Missão Cruls “, como ficou conhecida a Comissão, instalou seu Acampamento na atual região do Cruzeiro às margens do córrego do Brejo (atual Córrego do Acampamento). Vestígios desse Acampamento existiam até antes da construção de Brasília, nas proximidades do Córrego Acampamento.

O Decreto nº 10.972, de 30.12.87, do Governo José Aparecido de Oliveira, em seu “Artigo 1º: O dia 30 de novembro de 1959, é declarado data oficial de fundação do Núcleo Urbano do Cruzeiro”. Portanto, 30 de novembro é a data de aniversário da fundação do Cruzeiro. A equipe do urbanista Lúcio Costa foi responsável pelo projeto e pelo nome oficial do bairro - Setor de Residências Econômicas Sul – SRE/S, Cruzeiro Velho; na década de 70, foi inaugurado um conjunto de edifícios, que formaram o Cruzeiro Novo - SHCE/S; na década de 80, são inauguradas as Áreas Octogonais. Preocupado com o crescimento desordenado de Brasília, o arquiteto Lúcio Costa traçou em 1987 um plano de expansão para a Capital Federal. Marcou seis pontos para onde ela poderia crescer sem a selvageria de outras cidades brasileiras, preservando seu projeto urbanístico original. O resultado foi surpreendente com a criação do Setor Sudoeste em julho de 1989, de fato, como parte integrante do projeto “Brasília Revisitada”, do urbanista Lúcio Costa. Com capacidade para mais de 50 mil habitantes, está situada próximo ao Parque da Cidade e dispõe de variado comércio e amplas áreas de lazer, proporcionando um alto padrão de vida para os seus moradores.

Os primeiros moradores do então SRE/S, funcionários públicos e militares vindos do Rio de Janeiro, não se acostumaram com essa sigla e outras denominações para o local foram surgindo: primeiro chamaram de "Cemitério" , devido ao isolamento do bairro e a impressão que se tinha daquele aglomerado de casinhas brancas, quando avistado de longe. Depois, numa homenagem bem humorada dos cariocas residentes, o local passou a ser reconhecido como "Bairro do Gavião", devido ao grande número de gaviões vermelhos que apareciam no local. A mudança do nome para “Cruzeiro” partiu da própria comunidade. Em 1960, um grupo de moradores procurou o Jornal Correio Braziliense para manifestar sua insatisfação com o nome do local em que moravam. O batismo de Cruzeiro tinha então dois fundamentos lógicos: primeiro, o bairro ficava próximo à Cruz (estrategicamente, colocada no Eixo Monumental – logo atrás o Memorial JK) do Cruzeiro onde foi celebrada a primeira Missa de Brasília em 03 de maio de 1957; segundo, e havia uma linha de ônibus de Transportes Coletivos de Brasília - TCB, que fazia o trajeto do local da Cruz até o Gavião. A partir daí, como era de se esperar, a Região ficou conhecida pelo nome de Cruzeiro.

No segundo semestre de 1960, João Scarano, funcionário do Grupo de Trabalho de Brasília GTB, foi indicado como administrador do núcleo residencial, com a responsabilidade de distribuir casas, e buscar soluções para os problemas da comunidade. Situações difíceis como falta de água e luz, invasões, limpeza urbana deficiente, entre outros problemas, são exemplos das principais dificuldades vivenciadas pela comunidade.

O Cruzeiro, sendo uma das Regiões Administrativas mais próximas do centro de Brasília, é um local privilegiado para viver e morar. Esse é o retrato atual de uma cidade que foi planejada para atender às necessidades que a nova capital demandava. Observando a cidade hoje, é possível constatar a qualidade de vida que seus habitantes têm: áreas reservadas para lazer, praças, áreas verdes e parques. Com um começo marcado por dificuldades, atualmente a comunidade cruzeirense tem um espaço do qual pode se orgulhar, reconhecido em todo DF, pela sua identidade própria expressa no carnaval, no samba, no pagode e nos títulos esportivos conquistados em competições locais, regionais e nacional.

A RA XI é bastante ativa culturalmente. Podemos até dizer, sem exagero, que as primeiras manifestações culturais da nova capital nasceram no cruzeiro, com a proposta de criar uma entidade que promovesse o congraçamento dos moradores do bairro. Dessa idéia, nasce em 1961 a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro, a ARUC. A trajetória cultural do cruzeiro confunde-se com a própria história da ARUC que no contexto do DF é uma referencia central.
(fonte: site da administração do Cruzeiro).


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